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Valorização às amizades é marca de lustrador de calçados

            Há 53 anos trabalhando no Centro da cidade como lustrador de calçados, Cícero Pereira de Oliveira, 65, denomina como cultura seu ofício. “Lustrar sapato significa cultura e isso aqui ninguém me tira”, afirma ele. Chegando por volta das 9h na Praça do Ferreira e saindo às 18h, Cícero Oliveira presa pelas amizades cultivadas no local e lamenta a falta de consumidores de seu serviço, o que faz seu lucro cair. As amizades que o lustrador possui é seu maior pagamento, segundo ele.

            Natural de Camocim, chegou na capital cearense ainda quando adolescente. Órfão de pai e mãe, se viu obrigado a trabalhar engraxando sapatos para sobreviver, profissão que aprendeu apenas observando outros a fazerem. A grande movimentação de pessoas no Centro fez com que escolhesse o local e lá se instalasse até hoje, em frente ao Cine São Luis.

                Antigamente, o serviço era mais procurado e Cícero afirma ter lustrado até os sapatos de um presidente da República que passava pela cidade. Desembargadores, juízes, promotores e políticos também foram atendidos por ele. Segundo o lustrador, existiam cerca de 39 profissionais do mesmo ramo na praça, no entanto hoje restam apenas dois e sem nenhuma regulamentação prevista em lei.

Atualmente o lucro médio do autônomo é de R$30,00 por dia, quando o dia é considerado “bom”. A ajuda dos filhos e amigos é o complemento de sua renda mensal.

 

              Mesmo com ensino médio concluído, os planos de ser Engenheiro Civil foram deixados para trás por Cícero, que logo constituiu família na cidade e optou, optou pela facilidade trabalhando como ambulante. No entanto, ele se considera um homem feliz por tudo que conquistou e pelos amigos que possui no local. Apreciador de conversas saudáveis, ele vê o Centro da cidade como um local onde pessoas podem dialogar enquanto fazem suas compras, e considera a Praça do Ferreira como o coração da cidade.

     

              Ele diz se sentir seguro no local de trabalho por ser bastante conhecido, mas enfatiza que o policiamento se intensifica durante as festas de fim de ano por conta dos turistas, mas depois diminui e deixa brechas para a criminalidade. Para ele, a realidade do Centro como um local cheio de fregueses é agora substituída pelo prazer de estar com seus amigos.

Vitória Barbosa

Funerária funciona há 53 anos no Centro de Fortaleza

                    A experiência de décadas no mercado funerário, aliada à queda de 80% nas vendas e a inseguranças nas ruas, trazem para Silas Façanha, 64, a certeza de que trabalhar no Centro hoje é muito diferente de antigamente. Para se manter no comércio, o estabelecimento passou a atuar meio de plano funerário, uma vez que os sepultamentos particulares tornaram se escassos devido à chegada de novas lojas do ramo nos bairros da cidade. Ele é dono da funerária São Francisco, localizada na rua Senador Pompeu, que foi fundada em 1964, por seu irmão, Heraldo Façanha.

            Com o desenvolvimento da cidade, novas funerárias foram criadas. O mercado expandiu-se, tornando-se necessária a adaptação de algumas lojas para o uso do plano funerário.  Na década de 1970, os sepultamentos particulares estavam em alta e as funerárias se concentravam na rua Senador Pompeu, na época, conhecida como A Rua das Funerárias. A São Francisco, assim com as demais, passou a oferecer os serviços como maquiagem e organização de sepultamentos feitos por meio de trabalho terceirizado. Os clientes que fazem uso do plano podem optar pela escolha de outros caixões não inclusos no plano característico e só é necessário o pagamento da diferença. Os caixões – nos modelos simples e luxuosos - possuem preço popular; variando de R$1.500,00 a R$3.000,00 e são comprados prontos. Sepultamentos particulares passaram a ser raros.   

    

              As mudanças não foram somente na economia, mas também na questão social. Tornou-se crescente o número de usuários de drogas, e caminhando pelo Centro, gerando insegurança nas pessoas. Em frente ao estabelecimento, há o prédio da Secretaria da Fazenda que, segundo Silas, tornou-se uma “cracolândia”. “Polícia vem, dá uma batidinha e eles se afastam. Polícia sai, eles voltam de novo”, afirmou. Um irmão de Silas, Vinícius Façanha, 69, que estava com ele na loja declarou que “aqui tem que todo mundo ficar calado.” Falou também sobre a ausência da política pública, dizendo que “a gente vê o estado impotente (...) o crime se organizou por falta da presença do estado; se o Estado existe, crime não se organiza”, completa.

 

Significância

                    Para Façanha, o Centro representa o seu trabalho, e esta atividade representa a sua vida. “Passo mais tempo aqui do que em casa”, disse. Ele diz estar satisfeito com o trabalho que faz. Afirma não ter para onde correr, em razão de ter passado grande parte de sua vida lá. A funerária é o seu “ganha-pão”. Apesar das mudanças negativas nas redondezas do local e nas transformações no modo de trabalho, o aposentado deseja continuar com o ofício no Centro. Morador do conjunto Tupã Mirim, no Parque Dois Irmãos, Silas assumiu o estabelecimento desde a morte do fundador, seu irmão Heraldo.

Bruna Ramos

54 anos de paixão no Centro da Cidade

Quarenta anos de mercado

“Amo minha profissão, tive outras oportunidades, mas não era o meu chamado. Meu
destino era ser vendedor.” A declaração é de Antônio Carlos, 54, um dos comerciantes mais
antigos do Mercado Central de Fortaleza. Após anos sendo vendedor, ele conseguiu começar
seu próprio negócio. Satisfeito com seu trabalho, Antônio diz que estar no mercado foi uma
das melhores decisões que já tomou.

 

O agora comerciante começou a trabalhar aos 14 anos com sapatos e bolsas por
influência de seu irmão, que já trabalhava no local. Vendedor de artesanato, sua maior
dificuldade está na escassez de bons artesãos.
Para ele, o lugar é o ponto turístico mais importante da cidade, pois todo turista quer
uma lembrança ou artesanato que represente Fortaleza. Diz ainda que o “mercado é referência
em Fortaleza. Se você vier a Fortaleza, você quer conhecer o mercado. Então a opção que eu
fiz foi boa”.

 

O seu trabalho foi o suficiente para o seu sustento e de sua família. Apesar de ter tido
outras oportunidades, Antônio nunca quis trocar de profissão, pois sempre gostou do seu
emprego. E hoje, sendo dono do próprio negócio, pode ter sua esposa como funcionária de
carteira assinada. Diz também que o principal ao atender uma pessoa é deixa-la à vontade, ser
simpático, atencioso e que o cliente sempre tem razão.

 

Sobre o Mercado
 

No início dos anos 90, as instalações do antigo mercado estavam precárias e o prédio
corria risco de incêndio. Então, em janeiro de 1998, o mercado passou a funcionar na Av.
Alberto Nepomuceno.

Alguns dos produtos encontrados no Mercado Central são artigos em couro, rendas e
bordados, mini jangadas, bijuterias, joias em ouro e artigos para decoração. Produtos
regionais como cachaças, licores, castanha, doce de caju e restaurantes que oferecem comidas
típicas nordestinas também estão disponíveis.

 

Talytha Araujo

Pastelaria mantém movimento intenso há mais de 90 anos

Com 91 anos de funcionamento, a pastelaria Leão do Sul, no centro de Fortaleza, chega a vender, em média, 700 pastéis por dia. A informação é do gerente do estabelecimento, Leonardo Barbosa, 36, que diz ainda que são necessários 1200 sacos de farinha, por quinzena, para atender à procura constante, da clientela fiel, pelos salgados.

 

Barbosa afirma que a loja só sofreu queda no movimento durante o auge da crise econômica, em 2015, por conta da diminuição do fluxo de pessoas indo às compras no centro da cidade. Outra dificuldade, segundo o gerente, é a concentração de moradores de rua na Praça do Ferreira, onde se encontra a Leão do Sul, o que inibiria a aproximação de mais pessoas. Mesmo com a falta de segurança na praça, o funcionário acrescenta que a loja estica o horário de funcionamento em eventos como o Natal de Luz, que mantem o movimento do Centro, no período da noite, nos meses de novembro e dezembro.

 

O tradicional pastel com caldo de cana oferecido pela pastelaria é o lanche certo da professora de medicina da USP de Ribeirão Preto, Marta Diógenes, 74. “Venho aqui há 70 anos. Minha mãe me pegava na mão e me trazia. Hoje eu só venho aqui”, relata a cearense que diz visitar o estado frequentemente, e acrescenta, “eu pego meu caldo de cana, me sento na praça (do Ferreira) e fico me lembrando dos meus tempos de infância”.

 

A pastelaria busca, além dos clientes, a preservação de seus funcionários, afirma o gerente. “A Leão do Sul, quando contrata um funcionário, quer o funcionário pra vida toda”. É o caso de Demi, 42, e Neto, 32, com 60 e 42 anos de empresa, respectivamente. Mesmo com um curto período de trabalho na pastelaria, o gerente, contratado há 5 meses, afirma que “nunca me vi trabalhando na Leão do Sul. Meu pai me trazia sempre que vinha ao Centro”. Ele relata que trabalhar na pastelaria é gratificante, pois uniu o seu currículo profissional sobre restaurantes à sua relação pessoal com o empreendimento.

Saiba Mais

 

A Leão do Sul foi inaugurada em 1926 e hoje pertence à família Damas, terceira família a ter a propriedade da pastelaria. Já recebeu o prêmio de melhor pastel de Fortaleza, pela revista Veja, por cinco anos consecutivos (2005 a 2009). Leão é uma referência a dominação do ramo de salgados, à época da fundação; e Sul era a direção de onde o fundador, Sr. Silva, trazia os pastéis para a loja.

 

Anderson Souza

                   Como permissionário em uma concessão da prefeitura de Fortaleza, Francisco Paixão, 69, mantém comércio ativo na Praça do Ferreira desde 1996. Naquele ano, começou a trabalhar de forma autônoma como dono da banca O Paixão, com a venda de jornais e revistas. Ele acrescenta, porém, que o ‘jornaleiro’, hoje, vive dos agregados (bombom; refrigerante; pipoca e recarga de celular). É visível aos fortalezenses o baixo número de bancas de revista por toda a capital. Paixão indica a influência da internet e o desinteresse pela leitura entre a população como fator desse declínio, uma vez que a internet “contribui, mas o maior fator, mesmo, é que o pessoal não gosta de ler. Hoje, como está em época de evento, já que o ‘Ceará’ subiu, né, eu vendo de três a quatro jornais. Tem dia que eu não vendo nenhum”. Já Carlos Viana, 73, amigo e frequentador da banca de seu Francisco, diz que “no tempo em que ele vendia revista e jornal, funcionava o dia todo, até de madrugada”. Hoje, ele recebe três exemplares do ‘o Povo’ e devolve todos os três”.

 

O Abrigo Central


                    Francisco Paixão trabalhou, também, em uma banca de revista, no Abrigo Central. Na década de 1960, era empregado de “Bodinho”, o então dono de banca do local. Com o governo do regime militar, Francisco disse que “a ditadura foram tempos bons. Só foi ruim para quem tinha tendência a ser comunista.”. Francisco disse, também, que “tinha edição do Última Hora (jornal de esquerda da época) que, quando chegava, eles (os militares) recolhiam. “Criado com o intuito de reunir os que passavam pelo centro, e usado como pontos de ônibus, o Abrigo Central era o “ponto de encontro, aqui, do centro da cidade”, disse Francisco. Em 1967, o local foi demolido, e hoje, dá lugar ao ponto concedido pela prefeitura, onde Paixão mantém seu comércio.

 

Segurança

 

                     Mesmo com a banca de revistas estabelecida durante todo esse tempo, o comerciante critica a falta de proteção no perímetro da Praça do Ferreira. Ao longo do local, fica um aglomerado de moradores de rua, que tomam conta dos bancos da praça. Francisco conta o desinteresse dos moradores de rua em ir para abrigos públicos cedidos pelo Governo. “A praça, hoje, quem manda são os mendigos”, disse o comerciante. Paixão trabalha de 7 h às 14 horas, diz que a insegurança no centro começa cedo da noite, “depois das 19 h, são eles que mandam”. Seu Francisco diz que, caso pudesse mudar algum aspecto físico na praça, “colocaria segurança 24 horas e não permitiria fazer ‘dormitórios’ aqui”.

Italo Alcantara

A vida em constante movimento

Quando andamos pelas ruas do Centro de Fortaleza nos deparamos com o comércio de cócoras. O que para uma pessoa que esteja passando com pressa pode parecer só mais uma forma de artesanato, para outras é a concretização de uma filosofia de vida, como é o caso de Pedro Henrique, 20, Bruna, 24, e Caverna Sousa, 33. Eles são mineiros de Belo Horizonte e ela é paulista. Por determinado tempo fazem do Centro a sua morada, ali vivendo, trabalhando e vendendo sua arte e artesanato. Eles são os hippies do Centro.

 

Há seis meses no Ceará, Caverna Sousa, apelidado de “Mocó”, viaja pelo Brasil desde os treze anos, vivendo a vida, segundo ele, sem convenções sociais. Caverna faz seus horários e não se prende a lugar nenhum por muito tempo, indo de cidade em cidade. Vive da venda da sua arte, tendo como matéria prima principal, pedras semipreciosas, que são coletadas por todo o Brasil, a maioria em Minas gerais, e as transforma em pulseiras, colares e chaveiros.

 

Já o casal Bruna e Pedro Henrique viaja junto. Recém-chegados em Fortaleza - menos de duas semanas - partilham do mesmo estilo de vida nômade, sem fincar raízes e dizem que o mundo é sua morada. A principal matéria prima de trabalho deles é o arame de aço. Apesar de renegarem um estilo de vida mais convencional, eles não perderam o contato com os seus familiares e se comunicam periodicamente pela internet, quando podem. Tudo que conseguem arrecadar, através da venda dos seus cordões, pulseiras e afins, vai para a alimentação do dia. A quantia geral é variável, havendo dias de pouco lucro e outros de maior.

 

Preconceito

 

Em comum entre os três uma crítica feita à sociedade em geral, sobre a urgência do dia a dia, que acaba consumindo as pessoas. Segundo Bruna, isso pode não dar a eles a chance de conversar e quebrar certas imagens pré-definidas que as pessoas têm deles. O julgamento das pessoas com o visual adotado por eles acaba sendo um empecilho também, mas eles vêem com naturalidade, já que estão acostumados com a situação. Enquanto estão aqui no Ceará, dormem em quartinhos no Centro da cidade ou na praia, até o dia que decidirem ganhar novamente o mundo, se deslocando como podem, seja de ônibus, carona ou a pé.

Onivaldo Neto

O projeto

Primeira pauta

Fazer a primeira matéria, na rua, cara a cara com o entrevistado, pessoas passando, olhando, parando, curiosas para saber o que é aquilo, realmente não é fácil... 

 

O projeto Primeira Pauta, que acontece como uma das notas da Avaliação Final - VF, dos alunos de Introdução ao Jornalismo, tem esse objetivo mesmo: contribuir para o que o profissional, que começa a se formar na vida acadêmica, dê seus primeiros voos em busca de todas as possibilidades de aprendizado.

 

Um repórter tem que conhecer e sentir os termômetros, os espaços onde vai atuar. O Centro da Cidade foi escolhido justamente por funcionar como umbigo da metrópole. Aquele lugar que comporta tantas histórias de vida, que a gente se sente acolhido pela multidão. 

 

O texto que cada aluno de Introdução ao Jornalismo escreveu é um passo inicial na carreira que eles escolheram. Muitos outros virão. Este que é dado agora já demonstra a coragem com que iniciam seu histórico profissional.

 

Que venham muitos. Bem vindos ao Jornalismo!

Horário de Funcionamento

Segunda à Sexta: 8 às 18 horas

Sábado: 8 às 17 horas

Domingo: 8 às 12 horas

Endereço: Av. Alberto Nepomuceno, 199, CentroTelefone: (85) 3454-8586

E-mail: contato@mercadocentraldefortaleza.com.br

Serviço

Endereço: Rua Pedro Borges, 193, Praça do Ferreira

Telefone: (85) 3231-0306

Funcionamento:

Seg à sex- 09h às 18h30

Sáb- 09h às 13h30

Negócios de família:
Irmandade e solidariedade muda vida de irmãos no mercado central

Após perder o emprego, Paulo Robério, 44, com a ajuda de seu irmão,
encontrou na venda de redes a possibilidade de sustentar a sua família durante22 anos.

 

Convidado por seu, irmão Flavio Albuquerque Gomes,58, que fundou a loja e
deu início ao comercio, passou a trabalhar na loja dele, localizada no mercado central, no centro de Fortaleza – CE. Pedro aceitou o emprego visando o sustendo de sua família e continua trabalhando lá até os dias de hoje.
“Trabalhar aqui é tudo, pois é daqui que tiro o sustento de minha família”.
O dia a dia dos irmãos no mercado é totalmente voltado para as vendas, que
fica bem mais fácil com o carisma, alegria e satisfação que sentem ao realizar o trabalho tratando bem cada um dos possíveis clientes que chegam à loja. “

 

O dia a dia no mercado as vezes é complicado, mas sempre conseguimos
clientes e conseguimos vender” Nem mesmo a crise financeira foi capaz de afetar o negócio dos irmãos que chegam a vender em média 12 redes por dia, entre outros produtos como mantas, conjuntos para cozinha e tapetes. A vinda de turistas de São Paulo,Rio de Janeiro, Manaus, Pernambuco e até  mesmo de outros países, como Portugal e Espanha para Fortaleza é um fator que impacta os negócios da família, pois este é público que mais adquire os produtos que são oferecidos principalmente em épocas como férias e feriados, quando o fluxo de turistas é mais frequente. A presença de famosos como Angélica, Zezé de Camargo e Luciano no mercado são fatos que atraem curiosos e clientes, possibilitando a divulgação e venda dos produtos.

 

A vida dos comerciantes no mercado central de Fortaleza é marcada também pela concorrência, pois mesmo existindo muitas variedades de artigos, ainda existem lojas que vendem os mesmos produtos, principalmente artesanatos. Segundo os comerciantes, a concorrência está bem menos acirrada por conta do companheirismo e amizade entre os vendedores e donos de lojas, principalmente da parte dos que estão trabalhando no mercado há mais tempo.

Joyce Marques.

Tradição:

No Centro de Fortaleza, a Farmácia Oswaldo Cruz se destaca por ser um dos pontos mais antigos da capital

      Com mais de 60 anos de funcionamento, ainda é possível ver toda a estrutura e os móveis antigos da farmácia Oswaldo Cruz, pioneira em medicamentos e em manipulação no estado do Ceará. Hoje, a farmácia possui 18 funcionários.

 

     Na Farmácia a memória é preservada, também, através de sua arquitetura e exposição de objetos farmacêuticos antigos. Inaugurada em 1934, na Rua Major Facundo, em frente à Praça do Ferreira, a farmácia teve como seu primeiro dono Edgar Rodrigues de Paula. Eram 26 funcionários trabalhando para o crescimento da farmácia.

 

   “É uma farmácia de história e tradição”, é o que conta o Sr. Adécio, 71, o funcionário mais antigo do estabelecimento. Com 49 anos de farmácia, ele conta com olhar de amor toda a história do local onde trabalha. Sr. Adécio reconhece que foi graças a seu emprego, que criou toda a sua família, e diz que ama trabalhar no estabelecimento. Relata ainda que a Oswaldo Cruz já recebeu inúmeros nomes reconhecidos na capital e no Brasil, como Edson Queiroz e Fagner, e que a relação com a clientela ia além do comercial, levando assim para o lado da confiança.  

  

       No ano de 2011, a notícia de que a farmácia seria fechada abalou não somente sua atual dona, mas também a todos que fizeram e fazem parte do estabelecimento. “Foi com muita força e união que conseguimos vencer”, conta Sr. Adécio. Atualmente, o prédio é tombado como patrimônio histórico, mas pode exercer suas atividades normalmente.

       

        É com emoção que Sr. Adécio fala, que o que mais lamenta em todos esses anos trabalhando na farmácia, é a perda de seu patrão, o farmacêutico Edgar Rodrigues. Quem administra a Oswaldo Cruz hoje em dia é Fátima Ciarlini, filha de Edgar.

Maria Eduarda de Oliveira.

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